sexta-feira, 28 de outubro de 2016

75% da população mundial sofre com algum tipo de perseguição religiosa

Enquanto na Europa comemorou-se ontem (27), o Dia Internacional da Liberdade Religiosa, Jan Figel, responsável pele debate do assunto junto à União Europeia faz um alerta preocupante. A perseguição religiosa “está ficando pior, porque atinge potencialmente 75% da população mundial”.
Em entrevista ao site da revista Premier, do Reino Unido, ele explicou que a maioria da população do mundo ainda sofre para desfrutar de liberdade religiosa. Ele explica que as novas leis – especialmente em países de governo muçulmano – e atentados terroristas colaboram para um aumento nos índices.
No ano passado, oficialmente foram 7 mil cristãos mortos apenas por causa de sua fé e 2.400 igrejas foram atacadas ou danificadas. Contudo, esses são apenas os casos documentados, o número é muito maior por que muitos países se recusam a reconhecer as verdadeiras motivações, preferindo classificar como mortes “políticas”. Este é o caso, por exemplo, da situação no Paquistão e no Iraque.
As mortes causadas pelo Estado Islâmico são classificadas como “crimes de guerra”, ainda que tenham motivação claramente religiosa. O aumento da repressão na China também é uma preocupação para muitos especialistas no assunto.
Segundo Figel, nossa geração é “testemunha de assassinatos sistemáticos e em massa, martírios e perseguição em vários territórios. Estes crimes exigem que todas as pessoas sérias façam algo mais para que não continue.”
Ele lembra que esse é um direito humano básico, presente no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para o Figel é assustador que essa limitação está chegando a lugares onde não se testemunhava isso há décadas, como a Europa.
“A tendência é negativa, pois 75% da população mundial vive em países onde existe algum tipo de cerceamento da liberdade religiosa. A comunidade internacional tem de estar alerta para essa situação”, enfatiza.
O pedido público que ele faz é que a Organização das Nações Unidas seja mais rápida em responder às denúncias e aja com mais severidade. Essa questão será discutida por políticos e especialistas durante um evento especial no  Parlamento Europeu esta semana.

Fonte: CPAD News

sábado, 27 de agosto de 2016

Campanha contra a discriminação religiosa é apresentada no Rio de Janeiro

A campanha Filhos do Brasil foi apresentada hoje (26) no Rio de Janeiro com o objetivo de combater a violência e a discriminação religiosa com a presença de representantes de diversas religiões. O objetivo da iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) e da Fundação Cultural Palmares é valorizar a diversidade religiosa e o respeito ao próximo.
Além de campanha de divulgação na internet e na TV, o Filhos do Brasil terá palestras em escolas. “A criança não nasce preconceituosa, ela aprende a ser preconceituosa. Então a gente está fazendo parceria com as escolas públicas. Já estamos em parceria no Distrito Federal, levando palestras, levando o debate para dentro da escola. Tirar a Lei 10.639 do papel, para que ensine a história da África nas escolas, porque aí você vai ter uma geração respeitando a diversidade, respeitando a religiosidade”, disse o presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira.
A campanha começou a ser planejada em dezembro de 2015 e o lançamento oficial ocorreu no dia 10 de maio em Brasília. Para Oliveira, uma política acertada não pode ser descontinuada com a troca de governo. “Eu só acredito em política de Estado, eu não acredita em política de partido, tanto que nós não mudamos o nome nem nada, porque é uma política interessante para o Estado. Já pensou se todo governo que entra você muda tudo? Por isso que o Brasil não cresce, não dá salto de qualidade, porque sai um governante e entra outro, você muda tudo, até o nome dos programas”, disse.
Segundo Oliveira, outra medida para avançar no combate à discriminação religiosa é transformar os terreiros de religiões de matrizes africanas em pontos de cultura “para que as pessoas frequentem eles para fazer cursos e parem de ter medo” do que é diferente da própria crença.

Diferenças celebradas
Para o rabino Dario Bialer, da Associação Israelita do Rio de Janeiro, as diferenças na vida precisam não apenas ser toleradas ou respeitadas, mas fundamentalmente celebradas. “Na diversidade nós nos enriquecemos e ver no outro não apenas o que temos em comum, mas também ver o que temos de diferente nos ajuda a aprender, a descobrir o mistério da vida e da existência numa dimensão muito maior do que se apenas sou capaz de enxergar minhas próprias necessidades e meu próprio universo de ideias e de valores.”
Bialer destacou que o enfrentamento aos problemas devem ser coletivos e integrados. “Eu me encontrar com outra fé e outra cultura me ajuda a ser um ser humano mais aberto à vida e, portanto, com uma experiência de vida muito mais intensa. Todo evento que nos ajuda a dialogar e para nos encontrar é muito saudável. Em segundo lugar, vivemos em mundo com uma profunda intolerância e fanatismo e as brigas não podem nunca ser individuais. Não é que os negros têm que se preocupar com as suas problemáticas, os judeus com as nossas e os assim os demais. Temos que estar juntos, para entre todos construir um mundo muito mais humano e em definitiva mais divino”.
Integrante da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), Alexandre Freitas, diz que a não religião e a não crença também fazem parte da diversidade e são garantidas pela Constituição. “Você pode ter a sua crença como você pode ter a sua não crença. Inclusive o direito de não crer é garantido pela Constituição e deve ser respeitado da mesma forma como toda diversidade religiosa. Não quer dizer que os ateus tentem empurrar um ateísmo forçado às pessoas. Se abster de praticar religião não quer dizer que você imponha obrigatoriamente às outras pessoas o não crer”.

Denúncias
De acordo com dados do Disque 100 de Direitos Humanos, foram registradas 556 denúncias de intolerância religiosa em 2015, um aumento de 273% na comparação com 2014. Segundo o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (Ceplir) foram 948 registros no estado do Rio de Janeiro entre 2012 e 2014, sendo que 71% dos casos envolvendo intolerância contra religiões afro-brasileiras.
Estava prevista a participação na cerimônia do ministro da Cultura, Marcelo Calero, mas ele não compareceu pois tinha agenda em Gramado. O Ministério da Cultura foi representado pelo presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira.

Fonte: Isto É

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Amnistia Internacional: Proibição de burquíni é discriminatória, viola liberdade de expressão e de religião

A Amnistia Internacional considerou esta quinta-feira que a proibição do burquíni em França é discriminatória e um ataque à liberdade de expressão e religiosa das mulheres, quando as autoridades judiciais francesas estão a analisar uma contestação à medida.

"O caso que foi agora submetido oferece uma oportunidade à justiça francesa para anular uma proibição que é discriminatório e que está a alimentar e é alimentada por preconceitos e intolerância", salienta, em comunicado, o diretor da Amnistia Internacional para a Europa, John Dalhuisen.

Para o responsável, é uma oportunidade para as autoridades francesas "abandonarem" a medida que não protege os direitos das mulheres, mas antes é "invasiva e discriminatória e restringe as escolhas das mulheres, viola os seus direitos e conduz a abusos".

Nas últimas semanas, vários municípios franceses emitiram decretos locais que regulam o que se pode vestir na praia e proíbe o burquíni.

"Alguns daqueles decretos municipais apresentam argumentos de segurança, de higiene e de ordem pública, que são manifestamente enganadores. Outros ainda justificam-se com o propósito de defender os direitos das mulheres. Porém, a retórica em torno da aprovação daqueles decretos tem vindo a estar centrada, e de forma universal, no estereotipar de uma minoria já profundamente estigmatizada", refere, em comunicado, a organização.

Segundo John Dalhuisen, se as autoridades francesas estão "verdadeiramente empenhadas em proteger a liberdade de expressão e os direitos das mulheres, estas proibições abusivas têm de ser imediatamente anuladas e de forma incondicional".

A Amnistia Internacional refere que o Conselho de Estado francês está a apreciar um recurso apresentado contra uma decisão tomada num tribunal de instância inferior, que validou a proibição do fato de banho integral.

A França já tinha proibido em 2004 a utilização de símbolos religiosos nas escolas públicas e em 2011 proibiu o uso do véu integral em locais públicos.

Fonte:Expresso

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Estado laico ou islamofóbico? Cannes proíbe uso de 'burkini' em praias

A cidade francesa de Cannes emitiu uma ordem que proíbe o uso do "burkini" – traje de banho muçulmano que cobre o corpo inteiro – porque ele “manifesta de maneira ostensiva uma visão religiosa” e pode “colocar em risco a ordem pública”.

A medida, assinada pelo prefeito da cidade, David Lisnard, impede o acesso de banhistas às praias com trajes de banhos “que não respeitam os bons costumes e o secularismo”.

No entanto, embora a palavra "burkini" não apareça explicitamente na ordem, o prefeito confirmou que seu alvo é o traje de banho muçulmano, já que ele o considera um “uniforme do islamismo extremista”.

Em entrevista à imprensa local, Lisnard afirmou que não se trata da proibição de um símbolo religioso, mas sim “uma medida entre muitas outras para proteger a população no contexto do estado de emergência [na França] e de atos terroristas”.

Após a emissão do decreto, nenhuma banhista foi vista com o traje de banho. Recentemente, a cidade de Nice, situada a 30 quilômetros de Cannes, foi palco de um atentado terrorista que matou 85 pessoas e feriu outras 300. O ato foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Fonte: Agencia Brasil

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Padre é degolado por extremistas em tomada de reféns em igreja na França

Um padre morreu degolado nesta terça-feira em uma pequena igreja no noroeste da França, um novo ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que deixa o país novamente em choque, menos de duas semanas depois do atentado em Nice.
“Os criminosos da igreja da Normandia são soldados do Estado Islâmico que realizaram o ataque em reposta a chamados para atacar países da coalizão” internacional que combate o EI no Iraque e na Síria, informou a Amaq, um órgão de propaganda do grupo extremista.
O ataque, no qual ocorreu uma tomada de reféns, começou às 09h30 (04h30 de Brasília) em plena missa. Cinco pessoas estavam nesta igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, uma localidade na Normandia de 29.000 habitantes a 125 quilômetros de Paris, quando dois criminosos entraram no local aos gritos de “Allah Akbar!” (Deus é grande), segundo uma testemunha.
Os agressores foram abatidos ao sair da igreja por membros da Brigada de Busca e Intervenção (BRI), especializada em sequestros, que cercaram o templo.
Três reféns foram libertados sãos e salvos e um quarto, um paroquiano, estava entre a vida e a morte.
O padre degolado se chamava Jacques Hamel e tinha 84 anos.
Um dos agressores foi “identificado formalmente” como Adel Kermiche, de 19 anos, nascido na França, informou o procurador encarregado do caso, François Molins.
Kermiche tentou viajar à Síria em 2015 e, ao voltar à França a partir da Turquia, foi colocado em prisão preventiva, acusado de associação criminosa em relação a um grupo terrorista. Posteriormente foi libertado com a condição de usar uma tornozeleira eletrônica.
“Atacar uma igreja e matar um padre é profanar a república e sua garantia de liberdade de consciência”, declarou o presidente francês, François Hollande.
O presidente pediu aos franceses que se unam diante de uma “guerra” que busca atingir a democracia no país.
O Papa Francisco expressou “dor e horror” por este “assassinato bárbaro”, indicou o Vaticano em um comunicado.
“Estamos particularmente abalados por esta violência horrível ocorrida em uma igreja, um lugar sagrado no qual se anuncia o amor de Deus”, afirma a nota.
A Casa Branca também condenou “nos termos mais firmes” o ataque e ofereceu sua ajuda na investigação do crime.
“França e Estados Unidos têm um compromisso comum de proteger a liberdade religiosa (…) e a violência de hoje não abalará este compromisso”, declarou em um comunicado Ned Price, porta-voz da presidência americana.
Esta tomada de reféns ocorre em um contexto de alerta máximo na França, doze dias depois de um atentado em Nice (sudeste), reivindicado pelo EI e que deixou 84 mortos e mais de 300 feridos.
O presidente francês, François Hollande, que se dirigiu imediatamente ao local do crime, condenou este “ataque terrorista vil”.
“Estamos diante de um grupo, Daesh, que nos declarou guerra. Devemos desenvolver esta guerra, por todos os meios, respeitando o direito, porque estamos em uma democracia”, acrescentou.
A procuradoria antiterrorista assumiu imediatamente a investigação e um homem foi detido preventivamente poucas horas depois do ataque.
Críticas da oposição
O primeiro-ministro, Manuel Valls, expressou seu horror por este “ataque bárbaro contra uma Igreja”. “Toda a França e todos os católicos estão feridos. Permaneceremos juntos”, escreveu no Twitter.
Valls havia advertido há uma semana que a França deveria se preparar para ser alvo de “outros atentados”.
Como era esperado, a oposição aproveitou a ocasião para criticar o governo.
“Devemos mudar profundamente a dimensão, a medida, a estratégia de nossas respostas”, declarou o ex-presidente e líder da oposição Nicolas Sarkozy, denunciando “uma ação incompleta contra o terrorismo”. Além disso, insistiu na iniciativa de criar centros de detenção para os suspeitos de radicalização. “Devemos ser implacáveis”, afirmou.
A presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, denunciou no Twitter a “responsabilidade (…) imensa” de “todos os que nos governam há 30 anos”.
A França, que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses – 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84 mortos no dia 14 de julho – vive afundada no medo de novos ataques.
O “reino da Cruz”
Depois do ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris.
Este regime dá à polícia poderes adicionais.
Em sua propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado Islâmico convoca a atacar os líderes “cruzados” ocidentais e o “reino da Cruz”.
A ameaça de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de todos na França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.
Após este projeto de atentado, o governo havia anunciado que adaptaria seu dispositivo de luta antiterrorista aos locais de culto católicos.
Cerca de 700 escolas e sinagogas judaicas, assim como entre 1.000 e 2.500 mesquitas, estão protegidas por militares, mas parece difícil aplicar estas mesmas medidas de segurança nas 4.500 igrejas católicas do país.

Fonte: Isto É

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Advogada da UE diz que proibir funcionária de usar véu islâmico é discriminação

O caso aconteceu em 2009, em França. A mulher foi despedida por ter recusado a exigência da empresa de que deixasse de cobrir a cabeça.

Tribunal de Justiça da União Europeia está discutindo se as empresas podem proibir as funcionárias de usar véu islâmico cobrindo o cabelo. Nessa quarta-feira (13/7), a advogada-geral da corte E. Sharpston opinou no sentido de que a proibição é discriminatória.

A discussão foi levada ao tribunal pela França. Lá, uma engenheira de computação foi demitida porque usou o véu durante uma reunião com clientes. O julgamento ainda não tem data para ser concluído. Os pareceres dos advogados-gerais do TJ da UE costumam ser seguidos integralmente.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Nova lei Argentina abre portas para perseguição de evangélicos

Apesar de a Argentina ter a liberdade religiosa garantida pelo artigo 14 de sua Constituição, o estado de Córdoba criou uma lei provincial, que pretende prevenir qualquer situação de “manipulação psicológica”. Essa lei gerou uma grande controvérsia, abrindo portas para a perseguição da igreja cristã no país.
Segundo a missão Portas Abertas, essa lei tem sido aplicada de forma abusiva contra as organizações religiosas. Segundo o artigo 3, a manipulação psicológica pode ocorrer “em grupos que utilizam técnicas que exijam grande devoção ou dedicação a uma pessoa, ideia ou objeto, onde se usa de proselitismo, doutrina dinâmica ou técnicas persuasivas para promover a destruição de personalidade”.
Pouco tempo depois de ser promulgada, o pastor batista Marcelo Nieva foi acusado por políticos e pela polícia de dirigir uma “seita controversa.” Ele conta que “por causa disso, as acusações e o ódio contra a igreja têm aumentado significativamente, principalmente depois que a imprensa noticiou isso. Pessoas quebraram as janelas da igreja e saquearam as propriedades dos irmãos”, desabafa.
O pastor está pedindo orações pela nação. “Em meus 37 anos de ministério, nunca imaginei que a igreja na Argentina poderia ser atacada. Nosso país sempre se orgulhou de ser uma nação tolerante”, afirmou.
Cerca de 18 meses atrás, ele e um amigo foram alvejados enquanto estavam fazendo uma viagem. Em abril deste ano, Nieva foi atacado enquanto ia à igreja com a esposa, que está grávida do segundo filho do casal. Dias depois, o abrigo de mulheres mantido pela igreja para mulheres vulneráveis, incluindo ex-dependentes químicas e prostitutas, foi apedrejado.
Dois membros da força militar nacional têm montado guarda 24 horas por dia em frente ao templo da igreja dele. Para o pastor, a polícia local só agiu em seu favor por que os policiais vindos da capital estão lá. Ele disse que sua igreja vem sofrendo quatro anos de perseguição religiosa das autoridades locais.
Com informações de Evangelicals Now e World Watch Monitor